Vamos começar com o básico? Sim, o básico mesmo, talvez o que vamos conversar aqui seja aquilo que você consegue achar em milhares de links na internet, mas nem sempre encontra informações que são realmente úteis para você...Vamos falar sobre:
DICAS. Sim, vamos começar com dicas básicas para você que quer começar a projetar algo, para depois construir.
Eu digo “conversar”, porque quando eu escrevo, eu realmente acredito nisso. Escrevo porque amo e porque acho interessante, mas quero que seja uma leitura fluída para você e importante, e tentarei fazer isso sempre da melhor forma possível.
Se você chegou aqui do nada, você provavelmente não me conhece. Bem, me chamo Amanda Eloise Machado Villa, sou Arquiteta e Urbanista há 5 anos; moro no interior Paraná e atuo onde me chamam e onde é possível trabalhar de forma que eu consiga entregar tudo que entrego em uma obra na minha própria cidade.
Sou uma arquiteta um pouco bruta. Não trabalho na área decorativa, pois foco somente onde eu acredito que seja mais importante: na concepção de projetos arquitetônicos e na criação de desenvolvimento de mobiliário focado na ergonomia e na função. Na área decorativa, já temos pessoas capacitadas demais.
SIM, não adianta negar que a estética na arquitetura é imprescindível, mas NÃO, não é o principal, e muito menos a única área de atuação como muitos pensam.
Arquitetura não é fútil e desnecessária, ela vai muito além da estética superficial que muitos imaginam. Ela entrega o básico SEMPRE; oferece muito mais que o essencial para a vida, e também é capaz de se expandir para algo mais grandioso quando a situação exige, se adequando no contexto ao qual ela se destina.
É importante saber que todas essas casas maravilhosas, dignas de capa de revista que vemos no Pinterest, no Instagram e em outras redes sociais são a minoria dos casos, e que em muitas das vezes, os projetos servem para o objetivo primário da arquitetura, que é: colocar um teto sobre a cabeça de muitas pessoas, oferecer um ambiente digno para muitas famílias por aí, e servir de segunda casa para muitos trabalhadores nesse mundo (claro que esses objetivos são os mais simples, levando em conta que trabalho com arquitetura residencial, predial e comercial).
Porque estou te dizendo tudo isso? Simplesmente porque preciso introduzir a minha forma de ver a arquitetura, para que as minhas dicas seguintes façam sentido para você, que talvez pensa como eu, ou é mais simples no jeito de ser.
Primeiramente, temos de falar sobre modas e tendências. A tendência é algo que antecipa a moda, na maioria dos casos. É algo mais passageiro, pontual. A moda é bem mais ampla e duradoura, tem um ciclo mais longo, e na verdade, é um fenômeno cultural. As duas definições podem ser vistas em vários setores, dependendo principalmente do assunto em foco.
Na arquitetura escutamos falar sobre moda direto, e é preciso tomar muito cuidado com alguns influenciadores que ditam o que se deve ter ou não em um projeto, através do que está ou não “na moda”. Com a falta de conhecimento acerca dos assuntos, e também com a capacidade de sermos influenciados, isso se torna muito perigoso, por isso, minha dica é: FOCO NA FUNÇÃO E NA SUA PERSONALIDADE.
Isso mesmo... os projetos precisam ser funcionais e adequados à quem quer que seja que vá utilizá-lo, então esqueçam o que está ou não está na moda. Você gosta? Ótimo. É funcional? Melhor ainda. Vai de acordo com a tua rotina e a tua forma de usar o espaço? Fechado. É disso que você precisa.
Já vi muitos clientes se privarem de coisas que gostam porque tal amigo falou que não está mais na moda e que era cafona... Ai gente, não preciso nem comentar o quanto isso me entristece.
A segunda dica é uma das mais importantes, e infelizmente já tive muitas experiências negativas com esse assunto, então, aqui vai... Sabe aquela frase que ouvimos desde sempre, “O BARATO SAI CARO”? Então, acho que estavam falando especialmente da construção civil quando essa frase foi criada. Sim gente, cuidado com produtos mais baratos, mão de obra mais em conta... “AH porque o meu primo da minha tia de 13° grau disse que essa equipe é muito boa, e como são conhecidos da família, fazem um preço especial para nós”... Chega a me dar até um medo.
Já estive em uma obra em que um dos pedreiros foram presos na minha frente, tá? (mas isso é história para outro post rs)
Enfim, cuidem muito. É melhor pagar um pouco mais caro em um produto ou serviço de qualidade do que ficar refazendo depois. Tenham em mente que, dependendo do serviço, não terás que refazer apenas uma coisa, pode influenciar em outra linha de trabalho também.
E por último, mas não menos importante: MAIS TEMPO EM PROJETO, MENOS TEMPO NA CONSTRUÇÃO. Temos o terrível hábito de querer tudo para ontem. Não sei se isso é coisa de brasileiro ou não, mas a questão é que, principalmente na construção civil, foi criada alimentada essa cultura de achar que projeto é miojo e fica pronto em 3 minutos. Não, um projeto bem feito, leva muito tempo.
Nós, os arquitetos, trabalhamos com muitas competências, e uma delas é a criatividade, que não pode ser apressada. Mas não é nem somente por isso que entro nesse assunto, e sim sobre prever erros. É sobre saber que é no PROJETO que temos de pensar em todos os possíveis erros, compatibilizar todos os projetos complementares.
É na etapa projetual que eu tenho de pensar e repensar. Ver se é realmente isso que eu quero. Ver se vai ser funcional para mim, para meus filhos, meu marido, minha mãe, ou sei lá mais para quem. O projeto tem de ser minucioso. Temos de antecipar possíveis contratempos, mas isso só é possível quando se tem prazo.
Não procurem por um projeto um mês antes de começar a construção. Essa sim, é a dica mais importante do dia!
Obrigada por estar comigo até aqui, e até o próximo post.